Redação Vencedora do IV Concurso de Redação Amazônia Azul

Concurso cultural promovido pela Fundação Cesgranrio, a Sociedade dos Amigos da Marinha Rio de Janeiro – SOAMAR-RIO e a Marinha do Brasil.

Tema: Como a Educação Ambiental pode ajudar os jovens brasileiros a se conscientizarem da necessidade de valorizar a Amazônia Azul?

A faixa de doze milhas náuticas a partir do litoral, doravante mar territorial, com a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), estabelecida pela convenção de Montego Bay, alicerçam a formação do território de aproximadamente 3,6 km2, nomeado assertivamente de Amazônia Azul pelo então Almirante-de-Esquadra Roberto Carvalho em 2004. Mediante a dimensão continental da área, políticas ambientais atreladas aos conceitos de sustentabilidade são de vital importância para a perpetuidade exploratória dos recursos vivos e não-vivos da região. O desenvolvimento sustentável, distintamente explorado por Gro Bruntdland em “Nosso Futuro Comum”, atina-se visceralmente com a Educação Ambiental e suas premissas básicas.

O sentimento de conscientização sobre a necessidade de valorizar a Amazônia Azul, pela ótica da juventude brasileira, pode ser alcançado mediante o estímulo da Educação Ambiental nas esferas do conhecimento empírico, escolar e científico, isto porque, o manejo das áreas turísticas litorâneas por comunidades tradicionais trazem lições valiosas de exploração sustentável adquiridas pela observação e experiência, as práticas ambientais nas instituições de Ensino Médio norteiam o jovem precocemente e os serviços especializados atuantes nas águas azuladas do Atlântico demandam jovens detentores de tecnologias duradouras temporalmente.

Ao largo da faixa litorânea da Amazônia Azul, em consonância com o turismo, atividades pesqueiras artesanais contribuem para o desenvolvimento da região, a exemplo do litoral norte de Alagoas e sua beleza estonteante da formação coralina de piscinas naturais, fauna e flora riquíssimas, águas mornas e culinária marinha. A comunidade que vem sobrevivendo por gerações da coleta e pesca dos recursos marinhos e turismo local é detentora de saberes empíricos que podem ser aprimorados e compartilhados com a juventude atual. Os Jesuítas, desde os tempos da colonização brasileira, já praticavam o ensino híbrido, onde se aprendia pela observação. Analogamente, não seria um anacronismo implementar o que foi feito no passado, entender as práticas populares de preservação ambiental, aperfeiçoá-las e tornar esses indivíduos multiplicadores de conhecimento. Em contrapartida, durante períodos de defeso da pesca ou para a renovação dos estoques naturais, a solução seria criar o Plano Nacional de Educação Ambiental na Amazônia Azul, onde os trabalhadores locais seriam capacitados como agentes, isto é, a comunidade seria remunerada para instruir e conscientizar os jovens, ao invés de receber auxílios aleatórios, praticando a Educação Ambiental não-formal.

No âmbito escolar, seguindo a regra básica da proporção matemática, quanto mais tempo exposto a temas ambientais durante a formação, mais consciente se tornaria o cidadão. Na prática, A Base Nacional Comum Curricular, que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, já contempla o tema. Estima-se que cerca de 19% do Produto Interno Bruto provem do mar, portanto, promover a formação técnica consciente de exploração dos recursos marinhos ainda no Ensino Médio é, de longe, uma solução para a conscientização. Ligado a isso, a obrigatoriedade de Projetos Escolares voltados à conservação do mar e seus recursos seria de grande valor na explosão de novas ideias.

Por fim, diariamente centenas de embarcações singram pelas águas costeiras brasileiras e outra parte concentra-se nas Bacias de Exploração de Petróleo, a saber Santos, Campos e Espírito Santo. As Escolas de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, duas no Brasil, são responsáveis por futuros Capitães desses navios. Com uma formação mais profissional, uma rápida consulta aos arquivos das instituições de ensino retrata Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) com um viés mais técnico e menos ambiental. Para aguçar o senso de conscientização sobre o meio ambiente em que trabalharão, a implementação de TCC alinhado com propostas de Educação Ambiental traria inovação e possíveis cenários de desenvolvimento sustentável.

Espera-se que os argumentos propostos reforcem o que diz a lei N. 9795: “… educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

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